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Capacitação: a verdadeira chave para o futuro do trabalho

Falar sobre o futuro do trabalho quando o futuro já começou é difícil, e nos obriga a olhar cada vez mais à frente. Afinal, não estou me referindo apenas à Inteligência Artificial (IA) ou ao trabalho remoto – movimentos que eram vistos como tendência até 2010 e agora já viraram mainstream. Estão em jogo várias […]

Publicado: 10/12/2025 às 04:58
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Construção civil — Foto: Reprodução

Falar sobre o futuro do trabalho quando o futuro já começou é difícil, e nos obriga a olhar cada vez mais à frente. Afinal, não estou me referindo apenas à Inteligência Artificial (IA) ou ao trabalho remoto – movimentos que eram vistos como tendência até 2010 e agora já viraram mainstream. Estão em jogo várias outras inovações, umas a caminho e outras ainda longe da nossa realidade.

À medida que o tempo passa, as possibilidades de automação vão ficando mais sofisticadas, tornando inevitável o questionamento sobre qual será o futuro das profissões. Será que estamos realmente ameaçados de perder nossos empregos para robôs?

A verdadeira chave para superarmos esse período de transição e nos prepararmos para o futuro é a capacitação – seja no treinamento de jovens ou de profissionais experientes, seja compartilhando conhecimento com clientes, parceiros e a comunidade.

Uma das discussões que temos nesse sentido tem a ver com os impactos da automação no setor de construção civil. E nesse ponto precisamos compreender alguns limites da tecnologia. A imagem futurista de robôs executando obras totalmente sozinhos parece ser algo ainda bem distante, levando em consideração que eles ainda não pensam nem tomam decisões com a mesma naturalidade que fazemos.

Leia mais: Digital upskilling: a chave para o futuro do trabalho, segundo a PwC

Sendo assim, nas próximas décadas acredito que teremos dois tipos de trabalho: aqueles realizados com elementos de inteligência artificial, com alguma autonomia em serviços até um certo grau de complexidade, e outros, muito mais complexos, que envolvem diversas habilidades humanas, que os robôs ou computadores não poderão fazer.

Se por um lado a tecnologia irá eliminar alguns empregos, muitas novas profissões serão criadas, como vem acontecendo ao longo da nossa história. O exemplo do mercado da construção civil nos ajudará a visualizar nitidamente essa questão. Se você olhar para a infraestrutura no mundo desenvolvido, vai notar que há muitas coisas que precisam ser refeitas, sendo que pontes estão desmoronando e estradas estão com problemas.

Já em países emergentes há uma nova infraestrutura que precisa ser construída quase do zero, como ferrovias, estradas, túneis e pontes, dado seu grau de obsolescência ou insuficiência de oferta.

E conforme a demanda por infraestrutura aumenta, também aumenta a necessidade de pessoas com habilidades para personalizar, construir, operar e manter a estabilidade dos sistemas para esses novos projetos de construção. Além disso, se as empresas puderem otimizar seus projetos, com a automação e a inteligência embarcada nos componentes de design e simulação, elas serão capazes de construir de forma mais sustentável, uma questão fundamental num planeta com recursos cada vez mais escassos. Ou seja, não veremos a tecnologia trabalhando sozinha, mas sim a força de trabalho especializada operando os sistemas adequadamente.

A própria metodologia BIM (Modelagem de Informação da Construção, na sigla em inglês), abordagem que permite a criação de modelos virtuais precisos de uma construção, é uma forma de automação desse setor. Como eu já comentei em diversas oportunidades, ela vai além da simples representação em 3D de uma edificação, facilitando a integração entre os diversos profissionais envolvidos e contribuindo para o aumento da produtividade.

Isso significa que em breve muitos profissionais devem migrar de áreas que passam por processos de automatização para se especializarem nessa tecnologia, que irá criar empresas, mercados e diversas oportunidades de negócios.

Isso nos leva à conclusão de que tecnologia e pessoas não competem entre si, mas sim avançam juntas rumo a um mundo cada vez mais sustentável, integrado e produtivo. Assim como na medicina o robô não substituirá o médico, em um projeto de construção civil o engenheiro e sua equipe continuarão em campo. Seja qual for o futuro do trabalho, certamente ele irá nos levar a um cenário com diversas oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

No final, é tudo sobre pessoas.

* Sylvio Mode é presidente da Autodesk Brasil

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