Na jornada de transformação imposta pela digitalização da economia, muitas empresas têm se deparado com o desafio de integrar sistemas legados ao novo ambiente em nuvem. Essa tem sido identificado como o desafio mais complexo enfrentado atualmente pelos CIOs e a tendência é que ele se torna ainda mais difícil. De acordo com o Gartner, […]
Na jornada de transformação imposta pela digitalização da economia, muitas empresas têm se deparado com o desafio de integrar sistemas legados ao novo ambiente em nuvem. Essa tem sido identificado como o desafio mais complexo enfrentado atualmente pelos CIOs e a tendência é que ele se torna ainda mais difícil.
De acordo com o Gartner, a receita global em nuvem estimada para este ano é de US$ 474 bilhões, contra US$ 408 bilhões em 2021. O instituto de pesquisas também identificou que, até 2025, 85% das organizações adotarão o princípio “cloud first”, o que significa que não serão capazes de executar suas estratégias sem o uso de arquiteturas e tecnologias nativas na nuvem. No mesmo período, 95% das novas cargas de trabalho digitais serão implantadas em nuvem, contra 30% no ano passado.
Neste contexto, o Gartner reforça que o trabalho de integração de sistemas consome cerca de 50% dos recursos dedicados para projetos de transformação digital nas empresas, isso porque este é o desafio mais complexo relatado pelas áreas de TI. Segundo os profissionais de TI ouvidos pelo instituto de pesquisa, isso acontece porque este tipo de integração exige uma mudança radical na arquitetura das empresas.
“A questão chave aqui são as demandas do negócio e quais tecnologias entregar para o negócio, focando na entrega de resultado”, afirma o cofundador e CISA (Chief Industry Solution & Alliance) da Digibee, Vitor Sousa. Para ele, nesse processo, a área de TI deixa de ser uma área que habilita resultados para se tornar um centro resultados, entendendo o que a organização precisa de fato para se tornar moderna.
Para Sousa, os principais requisitos em termos de entrega estão relacionados à flexibilidade, rapidez e capacidade de inovação das soluções. Para entregar isso, os profissionais de TI precisam de uma moderna arquitetura de integração, precisam de um plano consistente para sua jornada para a nuvem, capacidade de modernizar aplicações, ser orientados a dados e, por fim, preparar e capacitar a equipe para manusear dados e entregar resultados.
“Chamamos de plataforma moderna aquela que entrega padrões de reutilização, de acesso seguro e que mostre como conectar as coisas sem a necessidade de conhecer 100% das ferramentas que estão por trás. É isso que vai garantir a integração”, reforça o diretor de pré-vendas e arquitetura de soluções da Digibee, Daniel Dias.
Sousa reforça que, neste processo, é a arquitetura e os sistemas legados que tornam o trabalho de integração mais difícil e complexo. A isso se soma a dificuldade de adaptação das equipes, acostumadas a um determinado modelo de trabalho. “Veja o exemplo do Modelo Ágil, que está aí há 15 anos e só agora começa a se massificar”, compara. O mesmo ocorre com a adoção da nuvem, com os chamados projetos “lift and shift” ainda identificados como a principal modalidade de migração.
Simplificação
Para reduzir ou minimizar a complexidade dos processos de integração, Sousa acredita que o principal pilar é contar com uma arquitetura de sistemas e de integração preparada para o que a empresa deseja do ponto de vista de novos serviços e aplicações. O desenvolvimento dessa arquitetura muda o eixo de trabalho da área de TI, que passa a se preocupar mais com a entrega do negócio e menos com os sistemas. “O caminho é usar plataformas que dão flexibilidade para que se movam as peças de acordo com as necessidades de negócio”, ressalta.
Desse modo, a arquitetura de integração torna-se o principal caminho para o processo de modernização da empresa. “É esse chassis que dará à empresa a possibilidade de trabalhar com várias nuvens. Isso é muito poderoso”, afirma Dias.
Na Digibee, a construção desse chassis passa pelo que a empresa chama de avenida de dados. “Não importa onde a comunicação está, desde que você tenha um fluxo entre as aplicações. Com isso, a TI entrega melhores condições para o negócio funcionar e inovar. Um dos princípios básicos da inovação é experimentar e isso deve ser feito de forma rápida e barata. Essa integração permite testar teses, produtos e serviços sem grandes investimentos”, diz Sousa.
Ele compara novos entrantes digitais com grandes empresas, lembrando que os primeiros não têm as amarras das grandes, mas ao mesmo tempo não contam com a escala, os produtos e a confiança do mercado. Por seu lado, as grandes têm hoje a possibilidade de obter as mesmas capacidades destes entrantes, isso pela construção de serviços digitais que se somem ao seu legado, amplificando sua capacidade. Tanto é assim que o próprio Gartner prevê que, ainda este ano, 65% das grandes organizações contarão com plataformas de integração híbridas.
“O que temos visto na prática é que há muito movimento de migração para cloud e algumas empresas têm percebido que isso pode ser mais simples com a construção desse chassis. Esse é o movimento que temos visto”, afirma Dias.
Para as empresas que estão nessa jornada, o primeiro passo recomendado pelos executivos é a construção de uma arquitetura de integração moderna. É ela que vai habilitar os próximos passos como, por exemplo, adotar a nuvem com a garantia de que todos os sistemas legados continuarão entregando resultados. “Há um procedimento padrão que pensa no projeto e na integração como parte do projeto. É uma abordagem tradicional. No nosso ponto de vista, a integração é uma disciplina que deve ser pensada como algo estruturante e viabilizador”, compara Sousa.
Dias ressalta que essa abordagem tem sem mostrado eficiente em vários projetos. “No caso das empresas que estão se modernizando e precisam conectar o legado com a nuvem, essa abordagem dás fôlego para essa estrutura. E para as empresas que já nascem modernas, ela fornece uma plataforma capaz de conectar tudo o que ela criar”, conclui.