O Brasil foi classificado como a segunda país mais caro globalmente, em um ranking de 180 países, para multinacionais gerenciarem entidades. O levantamento anual da Mercator by Citco considera custo e tempo que essas empresas levam para gerir e manter suas filiais. A Indonésia aparece em primeiro lugar, e os Emirados Árabes Unidos em terceiro. […]
O Brasil foi classificado como a segunda país mais caro globalmente, em um ranking de 180 países, para multinacionais gerenciarem entidades. O levantamento anual da Mercator by Citco considera custo e tempo que essas empresas levam para gerir e manter suas filiais. A Indonésia aparece em primeiro lugar, e os Emirados Árabes Unidos em terceiro.
A empresa é especializada em gestão de portfólio de entidades. Segundo ela, esses três mercados têm ambientes regulatórios caros e ineficazes para multinacionais. Eles exigem planejamento cuidadoso e exigem conhecimentos locais específicos.
No caso brasileiro, essa atuação exige, segundo a Mercator, documentação extensa, conhecimentos locais especializados e recursos adicionais, o que aumenta custos de compliance. O sistema judicial também tem variações regionais que complicam a gestão, além de atrasos comuns em processos.
A empresa também aponta o cenário regulatório da América Latina como “diverso e complexo”. Instabilidade econômica, sofisticação jurídica e processos burocráticos entre países criam um “ambiente de compliance menos previsível em comparação a outras regiões”, diz a empresa. “Os principais mercados, como Brasil, México e Argentina, continuam a exigir conhecimento especializado e localizado para operar em suas estruturas regulatórias.”
Na outra ponta da lista, Singapura aparece na primeira posição em 2024, com as multinacionais se beneficiando do sistema regulatório da cidade-estado e das infraestruturas digitais na região. O Reino Unido vem logo depois, em segundo lugar, seguido pela Austrália.
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A América do Norte ocupa o primeiro lugar em termos de eficiência de custos e a Ásia-Pacífico em termos de eficiência de tempo. A Europa tem vivido um período de estabilidade, após a implementação considerada bem-sucedida de regulamentos na região, como leis de propriedade efetiva e adaptações da legislação societária pós-COVID.
América Latina, Oriente Médio e África ainda atrás, com jurisdições mais complexas e custosas.
De todo modo, segundo a Mercator, os custos médios globais combinados para multinacionais realizarem atividades relacionadas às entidades aumentaram 3% em 2024. Os custos variam globalmente devido a diferenças nos sistemas jurídicos, adoção de tecnologia, complexidade normativa e ambientes econômicos. O tempo médio global necessário para a gestão de entidades aumentou em 48% comparado com 2023.
De modo geral, a adoção de tecnologias pós-COVID reduziu o trabalho manual, minimizou erros e simplificou o compliance, gerando economia de custos em muitas jurisdições, diz a empresa. No entanto, as pressões econômicas globais aumentaram simultaneamente os custos dos serviços jurídicos.
“As recentes eleições globais, que afetaram metade da população mundial, provocaram mudanças profundas nos cenários social, político e empresarial. Na economia global interconectada de hoje, o gerenciamento eficaz de entidades evoluiu para além do compliance”, diz em comunicado Kariem Abdellatif, diretor da Mercator.
O relatório – chamado Mercator Entity Management 2024 – aborda a evolução da gestão de entidades no mundo com base em dados de mais de 180 jurisdições e 20 tipos diferentes de atividades de secretariado empresarial.
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