Nova Zelândia: exportando tecnologia e inovação para o mundo

Pense na Nova Zelândia e talvez a primeira imagem que lhe venha à cabeça seja uma formada por paisagens bucólicas e por alguns esportes radicais de dar frio na barriga. Não à toa, estamos falando do lugar onde o cineasta, diga-se de passagem – e assim como eu – neozelandês, Peter Jackson elegeu para ser […]

Publicado: 10/12/2025 às 22:26
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Construção civil — Foto: Reprodução

Pense na Nova Zelândia e talvez a primeira imagem que lhe venha à cabeça seja uma formada por paisagens bucólicas e por alguns esportes radicais de dar frio na barriga. Não à toa, estamos falando do lugar onde o cineasta, diga-se de passagem – e assim como eu – neozelandês, Peter Jackson elegeu para ser o cenário da trilogia adaptada de J.R. R. Tolkien, “O Senhor dos Anéis”. Pois, bem, se em três anos vivendo no Brasil, descobri que o Brasil é muito além dos clichês “Copacabana e caipirinhas”, deixe-me, então, explicar porque a Nova Zelândia é também além desses cenários e tem feito muito também pela comunidade de tecnologia.

O setor de tecnologia da região tem colocado o país no mapa da inovação global e servido de alicerce para a digitalização do país como um todo. É a indústria que mais cresce na Nova Zelândia, tendo se tornado o segundo maior setor exportador do país. Segundo o relatório TIN 2020, que avalia o setor de tecnologia da informação local, as 200 empresas de tecnologia da Nova Zelândia tiveram uma receita de NZ$12.7 bilhões (o equivalente a R$ 48 bilhões), um aumento de 8,3% em relação ao ano anterior. Vale colocar aqui as coisas em perspectiva: a Nova Zelândia é um país com cerca de 5 milhões de habitantes.

Assim como os brasileiros, a população kiwi (como coloquialmente somos conhecidos) são early-adopters de tecnologia e, bem, isso não é de hoje. Os Māori foram os primeiros povos a adotar tecnologia, usando habilidades de navegação para viajar pelo Oceano Pacífico. Um dos físicos mais bem-sucedidos do mundo, Ernest Rutherfold, que conseguiu dividir o átomo e recebeu o Prêmio Nobel por seu trabalho, é neozelandês. Hoje, temos empresas altamente inovadoras e de primeira linha, reconhecidas internacionalmente. Xero, RocketLab, ERoad, Serato e Soul Machines, para citar algumas. A RocketLab, inclusive, tem sido considerada uma das grandes competidoras da SpaceX, de Elon Musk.

Há algo também que favorece particularmente o ecossistema de inovação da Nova Zelândia. O país foi considerado o melhor para se fazer negócios na avaliação do World Bank e tido como o primeiro no mundo em termos de transparência, segundo o Transparency International. Entre 180 nações, a Nova Zelândia está na terceira posição no ranking Liberdade Econômica, do Heritage Foundation.

Quando olho para os dois países, Brasil e Nova Zelândia, em termos de desafios e aprendizados com a transformação digital, penso que eles não estão tão distantes. É claro, o Brasil é um país com dimensões continentais e cujo amplo mercado interno já é um grande trampolim para testar conceitos e soluções sem ter de olhar para fora. Mas assim como a Nova Zelândia, há no Brasil o pensamento de inovar olhando para desafios globais.

Há, certamente, aprendizados e grandes oportunidades de parceria. O que nós, kiwis, podemos aprender com o país que mais concentra unicórnios na América Latina? E como também podemos apoiar com tecnologia setores que são próximos e influentes nos dois países, como a agricultura e a manufatura?

Nos próximos artigos, pretendo detalhar não só este efervescente ecossistema de inovação e de tecnologia do país onde nasci, como também abordar os desafios do setor de tecnologia e transformação digital da região que podem ensinar e também aprender com o ecossistema de TI brasileiro. Afinal, tanto a Nova Zelândia quanto o Brasil se orgulham de ser residência de profissionais talentosos e criativos e que veem em seus contextos uma oportunidade para soluções que podem impactar não só o local de origem, e sim o mundo.

*Chris Metcalfe é comissário de negócios da NZTE (New Zealand Trade Enterprise) para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e vice-cônsul da Nova Zelândia em São Paulo. Anteriormente, foi Gerente de Desenvolvimento de Negócios para a NZTE na Europa, onde por mais de cinco anos apoiou a entrada de negócios da Nova Zelândia nos mercados da Espanha e Portugal. Antes de entrar na NZTE, Chris morou na Espanha onde atuou como palestrante e coach, trabalhando com grandes multinacionais. Graduou-se na Waikato University, na Nova Zelândia, em Recursos Humanos e Relações Industriais. É casado e pai de duas meninas espanholas, mas que considera praticamente brasileiras.

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