No ritmo acelerado da transformação digital, a inteligência artificial generativa (IA Gen) emergiu como uma das tecnologias mais impactantes do século XXI. De criar códigos a personalizar experiências, a IA Gen promete reconfigurar o futuro. Contudo, após anos de experimentação e uma enxurrada de pilotos de baixa eficácia, empresas enfrentam um dilema: como traduzir esse […]
No ritmo acelerado da transformação digital, a inteligência artificial generativa (IA Gen) emergiu como uma das tecnologias mais impactantes do século XXI. De criar códigos a personalizar experiências, a IA Gen promete reconfigurar o futuro. Contudo, após anos de experimentação e uma enxurrada de pilotos de baixa eficácia, empresas enfrentam um dilema: como traduzir esse potencial em valor prático e sustentável?
Essa reflexão não é meramente técnica. Ela demanda uma nova forma de pensar, liderar e agir. O verdadeiro progresso requer clareza de propósito, coragem para aprender com erros e foco em pessoas.
Nos últimos anos, testemunhamos uma corrida para implementar IA de maneira ostensiva. No entanto, os resultados muitas vezes não acompanharam as expectativas. Segundo um recente artigo do portal CIO.com, muitas empresas enfrentaram altos índices de falha em pilotos de IA, com taxas de sucesso abaixo de 50%. Grande parte das iniciativas foram lançadas sem estratégia clara, servindo mais como demonstração para stakeholders do que como ações transformadoras.
Essa abordagem tem um custo alto: perda de recursos financeiros, fadiga organizacional e frustração das equipes. Adotar novas tecnologias sem planejamento pode comprometer a produtividade e gerar resistência interna. O problema não está na tecnologia em si, mas na forma como ela é implementada.
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Essa visão encontra eco no conceito de liderança transformacional descrito no meu último livro Mapa da Liderança. Para que a IA Gen produza impacto real, é essencial que líderes alinhem objetivos tecnológicos a valores organizacionais. Governança, estratégia clara e foco em pessoas são indispensáveis.
Apesar das dificuldades, algumas aplicações de IA Gen têm mostrado resultados concretos. Chatbots avançados já revolucionam o atendimento ao cliente, enquanto assistentes digitais começam a assumir tarefas administrativas, como geração de relatórios e transcrição de reuniões.
No entanto, os maiores avanços ainda se concentram em soluções generalistas. Para que a IA Gen alcance seu verdadeiro potencial, ela precisa ser adaptada a contextos específicos e integrada de forma estratégica ao funcionamento das organizações.
Essa reflexão ética não é apenas uma responsabilidade, mas também uma oportunidade. Ao adotar práticas transparentes e inclusivas, organizações podem fortalecer sua relação com consumidores e colaboradores, gerando resultados que vão além do lucro.
Com o avanço da IA Gen, os desafios éticos também ganham evidência. Viés algorítmico, uso inadequado de dados e a dependência excessiva de tecnologias sem supervisão humana estão entre os riscos mais citados. Para mitigar esses problemas, líderes devem colocar a ética no centro de suas decisões. Nesse contexto, empatia e a autenticidade são pilares para liderar em tempos de transformação e, especialmente quando falamos de IA, isso significa garantir que decisões tecnológicas reflitam valores humanos e promovam a inclusão. Criar uma “cultura de confiança” é essencial para integrar pessoas e tecnologia de forma harmoniosa. Outro exemplo é o impacto da vulnerabilidade e autenticidade na liderança. Jacinda Ardern, durante a crise da COVID-19, demonstrou que a empatia não diminui a eficácia de um líder. Pelo contrário, fortalece a confiança e inspira resiliência em momentos de incerteza.
Esses exemplos reforçam que o sucesso da IA Gen não será definido apenas por avanços técnicos, mas pela capacidade de liderar com coragem, adaptabilidade e visão clara.
A IA Generativa está em uma encruzilhada. Sua evolução não depende apenas de modelos mais avançados ou investimentos mais robustos, mas da forma como líderes e organizações escolhem integrá-la ao cotidiano.
A pergunta que permanece é: estamos preparados para liderar essa transformação de forma ética, inovadora e humana? No final, a resposta não está na tecnologia, mas nas pessoas que a desenvolvem e implementam.
Como bem ressalto em Mapa da Liderança, liderança eficaz é aquela que inspira confiança, cria impacto positivo e transforma desafios em oportunidades. A verdadeira inovação está em alinhar progresso tecnológico a valores que realmente importam.
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