AI PCs: o poder da Inteligência Artificial ao alcance de todos

Apesar de terem se tornado populares apenas nos últimos dois anos, a Inteligência Artificial (IA) já está sendo desenvolvida e aplicada na computação há um bom tempo. No entanto, o lançamento de ferramentas como o ChatGPT e chatbots trouxe uma enorme visibilidade para a tecnologia, provando que elas podem e – desde que devidamente regulamentadas […]

Publicado: 07/12/2025 às 11:02
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ai pc
Construção civil — Foto: Reprodução

Apesar de terem se tornado populares apenas nos últimos dois anos, a Inteligência Artificial (IA) já está sendo desenvolvida e aplicada na computação há um bom tempo. No entanto, o lançamento de ferramentas como o ChatGPT e chatbots trouxe uma enorme visibilidade para a tecnologia, provando que elas podem e – desde que devidamente regulamentadas – devem ser utilizadas para otimizar rotinas cotidianas e melhorar a produtividade no trabalho.

Pela própria forma como as IAs operam, a maioria das aplicações públicas atuais resultam em interações, no mínimo, genéricas demais, e em alguns casos beirando o questionável. Isto porque, por definição, as Inteligências Artificiais “estudam” e comparam vários conjuntos de informações públicas para traçar paralelos entre elas e produzir conteúdos semelhantes ou as respostas mais prováveis para aqueles questionamentos.

De forma bastante simplificada, este processo de comparação de dezenas de milhares de dados existentes para gerar respostas é o que podemos descrever como treinamento de inferências. É literalmente apresentar à IA múltiplos cenários, com múltiplas soluções e reforçar os resultados mais lógicos e adequados dentro do esperado para o raciocínio humano.

Computação com Inteligência Artificial em retrospecto

Naturalmente, trabalhar com um processo tão complexo, repleto de cálculos probabilísticos e processamento altamente avançado e intenso de dados exige alguns elementos-chave, como alto poder computacional, bancos de dados gigantescos – os LLMs ou Grandes Modelos de Linguagem -, e muito tempo de “treinamento”.

Ao menos, essa era a realidade inicial da IA. De fato, as aplicações de Inteligência Artificial até aqui dependem desses elementos, principalmente por estarem atuando em um escopo altamente genérico e simbolicamente infinito de informações, no caso a Internet.

Veja também: IA responsável é um processo, e não um produto

Entretanto, o poder computacional e tempo necessários para criar interações de IA só é tão grande quanto é o LLM utilizado para treinar a sua ferramenta. Além disso, modelos muito grandes também abrem leques para muito mais respostas, nem sempre adequadas a contextos específicos.

O próximo passo do desenvolvimento das Inteligências Artificiais é pegar esses LLMs de bilhões de parâmetros, e criar recortes menores, dimensionados para diferentes áreas ou finalidades. Esses modelos reduzidos ainda podem ser cruzados, por exemplo, com outras informações, estas privadas e até sigilosas, para criar cenários de interação altamente especializados, como gerenciamento de dados e indicadores internos de uma empresa.

O que é um AI PC, ou PC de IA?

Com LLMs muito menores, além de criar contextos personalizados, o hardware necessário para rodar uma IA pode ser muito mais simples do que os gigantescos servidores em nuvem, sem que os tempos de resposta subam muito. Basta que a máquina utilizada disponha de processadores e aceleradores capazes de executar aquelas instruções de forma otimizada e eficiente, como os novos processadores embarcados com Unidades de Processamento Neural, as NPUs.

Essencialmente, o conceito de um AI PC é um computador pessoal com um processador que conta com aceleradores de IA para executar tarefas de inferências de forma eficiente. Na prática, desde que um software de IA seja bem programado e otimizado, mesmo PCs sem NPUs podem operar como AI PCs até certo ponto, mas geralmente consumindo bem mais energia, aquecendo mais e levando mais tempo para realizar algumas tarefas. A melhor combinação entre performance e eficiência se dará com a combinação de CPU, GPU e NPU. Dessa forma, cada aplicação poderá utilizar o melhor recurso disponível e dinamicamente avaliar gargalos no sistema e redirecionar as cargas de trabalho conforme necessário.

Leia mais: Visão computacional e IA a serviço da sociedade

Quando falamos que 2024 inaugurou a Era da IA, não estamos nos referindo exclusivamente aos computadores com suporte à Inteligência Artificial, mas sim que cada vez mais programas vão utilizar e se beneficiar dessa tecnologia daqui para frente para entregar uma melhor experiência para os usuários ou facilitar a sua utilização, que até então tinha uma complexidade mais elevada. Um exemplo doméstico bem simples é a extensão do OpenVINO para o software de áudio Audacity, capaz de realizar transcrições de trechos de músicas, ou mesmo individualizar trilhas de instrumentos diferentes.

IA ao alcance de todos

Uma ferramenta simples e gratuita como esta tem potencial para agilizar imensamente o fluxo de trabalho de compositores, editores de áudio e outros profissionais da área. Contudo, as possibilidades para os próximos anos são muito mais promissoras. Outros exemplos incluem softwares como Adobe e Zoom, que contarão com recursos cada vez mais avançados para edições de imagem, criação de conteúdo, videoconferência e streaming de vídeo.

Pensando no mercado corporativo, o potencial de retorno financeiro, redução de perdas e melhoria de processos é enorme com uma coleta e análise devida de dados e indicadores internos. Todavia, o custo de contratar um serviço de Big Data para conduzir todo o processo é bastante elevado, ficando restrito, geralmente, às grandes corporações.

Com a chegada dos AI PCs, profissionais com conhecimentos em Big Data podem ter ferramentas locais, muito mais baratas, e com excelência para realizar essas tarefas sem depender de serviços em nuvem. Além disso, especialistas de diversos setores poderão utilizar inteligência artificial generativa para criar os seus próprios modelos e otimizar com a inclusão de dados locais com maior segurança e confidencialidade.

O acesso a desktops domésticos, notebooks, Mini PCs e até sistemas embarcados com capacidade de IA é o passo principal para garantir a democratização do acesso à Inteligência Artificial, beneficiando todos os segmentos da sociedade.

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