Ampliação da diversidade é o caminho para a nova geração de talentos em cibersegurança

A guerra assimétrica entre o cibercrime e a cibersegurança é um tema recorrente que ainda está longe de uma solução definitiva. A lacuna de talentos em segurança é um dos fatores que coloca o “exército de defesa” em desvantagem. Mas, e se, em vez de focar exclusivamente nas longas listas de habilidades técnicas, o caminho […]

Publicado: 12/12/2025 às 19:56
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A imagem mostra um grupo diverso de profissionais em uma reunião colaborativa. Cinco pessoas estão sentadas ao redor de uma mesa, sorrindo e interagindo. Uma mulher está em pé, segurando alguns papéis, enquanto os outros estão ouvindo atentamente e sorrindo. Há duas mulheres e três homens, representando uma diversidade de etnias e estilos. A mesa está organizada com laptops, canetas, e papéis, criando um ambiente descontraído e produtivo. O ambiente é moderno, com iluminação natural e uma parede de tijolos ao fundo, sugerindo um espaço criativo de trabalho (diversidade, ento)
Construção civil — Foto: Reprodução

A guerra assimétrica entre o cibercrime e a cibersegurança é um tema recorrente que ainda está longe de uma solução definitiva. A lacuna de talentos em segurança é um dos fatores que coloca o “exército de defesa” em desvantagem. Mas, e se, em vez de focar exclusivamente nas longas listas de habilidades técnicas, o caminho fosse mais humano?

Pensemos nos desafios atuais. De acordo com o Cybersecurity Workforce Study 2023, desenvolvido pelo (ISC)², instituto internacional de treinamento e certificações para profissionais de cibersegurança, a lacuna na força de trabalho global continua a crescer rapidamente. São necessários cerca de 4 milhões de profissionais de cibersegurança em todo o mundo para proteger os ativos das empresas de forma eficaz. O estudo pontua que o setor precisa quase dobrar para conseguir operar em plena capacidade.

No Brasil, por outro lado, a força de trabalho na área de segurança cibernética está crescendo. Segundo o LinkedIn Economic Graph, o Brasil foi um dos países com o maior aumento de profissionais em cargos de segurança, com um crescimento de 4,5%, ficando atrás apenas da Espanha (5,5%) e Alemanha (4,7%). Esse crescimento, no entanto, vem acompanhado de um desafio: o país lidera na proporção de vagas em cibersegurança nos últimos quatro anos, em comparação com outras indústrias, o que mostra que ainda há muito a ser feito.

Um dado que merece destaque é o avanço do Brasil em termos de participação feminina no setor, com um aumento de 4,45% — o maior crescimento mundial. Esse fato é significativo, pois evidencia a necessidade de representatividade em uma área ainda predominantemente masculina.

Leia também: Burn on: um desafio silencioso em cibersegurança

Neste ponto de virada, fica claro como o capital humano tem um grande impacto na jornada de segurança dos negócios. Precisamos olhar além do aspecto técnico. Bruce Schneier, conhecido como o “Guru da Segurança”, destaca quatro pilares centrais para um programa de cibersegurança eficiente: tecnologia, governança, processos e pessoas. Dentre esses, o pilar das pessoas é o que mais precisa de atenção. São elas que, ao manusearem as tecnologias de maneira eficiente, executarem os processos, decidirem sobre estratégias de defesa e lidarem com a pressão do dia a dia, podem fazer toda a diferença.

Para isso, as empresas devem considerar a diversidade como uma aliada da cibersegurança. Diversificar o time, além de trazer representatividade e atrair talentos, proporciona uma pluralidade de ideias e perspectivas. O cibercrime, por exemplo, envolve pessoas de diferentes origens, localizadas nas mais diversas regiões do mundo, desenvolvendo novas formas de atacar. Uma equipe com uma linha de pensamento única e visão limitada dificilmente trará soluções inovadoras.

O aumento da participação feminina no Brasil é apenas um “teaser” de como podemos expandir ainda mais a diversidade no setor. Embora as exigências de especialização continuem elevadas devido à alta carga de responsabilidade da área, é essencial abrir novos caminhos para que mais pessoas tenham interesse e possam ingressar nesse mercado.

Outro aspecto crucial é a retenção de talentos. O investimento em treinamentos como parte dos programas de Diversidade & Inclusão (D&I), comitês de diversidade, ou mesmo nos próprios programas de trainee, ainda são grandes diferenciais no mercado. Esses investimentos fazem com que os profissionais se sintam valorizados e vejam possibilidades de crescimento contínuo em suas carreiras.

Estamos diante de uma oportunidade única para moldar a nova geração de talentos em cibersegurança. A construção de um futuro mais seguro depende não apenas de avanços tecnológicos, mas também do compromisso com a valorização e diversificação do capital humano. Empresas que investem em pessoas, promovendo a inclusão e a representatividade estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios cada vez mais complexos da Era Digital.

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