Por Ana Modesto e Antonio Neto* Os estudos sobre a Reforma Tributária, cujo início da transição está previsto para o próximo ano, nos mostram a importância de uma tecnologia arrojada para acompanhar as mudanças no sistema tributário. A implementação de sistemas como cashback – forma de devolução de tributos pagos que ocorrerá para as famílias […]
Por Ana Modesto e Antonio Neto*
Os estudos sobre a Reforma Tributária, cujo início da transição está previsto para o próximo ano, nos mostram a importância de uma tecnologia arrojada para acompanhar as mudanças no sistema tributário. A implementação de sistemas como cashback – forma de devolução de tributos pagos que ocorrerá para as famílias com renda de até meio salário-mínimo por membro – e split payment – divisão automática do valor do tributo no momento da liquidação financeira de uma transação -, demandará uma estrutura robusta para que a experiência dos usuários seja positiva.
A reforma, que perdurará até 2033 até que seja concluída, tem como primeiro passo o teste nacional da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), mas que não serão efetivamente recolhidos. Para o teste, as empresas terão de emitir na nota fiscal um valor destacado do que corresponderia a 0,9% de CBS sobre o produto vendido e 0,1% de IBS.
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Além disso, outra medida aprovada no Congresso foi a redução em 60% da alíquota para serviços de educação, saúde, transporte público coletivo de passageiros, produções artísticas, culturais, eventos, jornalísticas e audiovisuais nacionais. Estes são apenas alguns dos exemplos das alterações em decorrência da reforma, que não à toa será dividida em períodos em longos períodos de transição.
Para dar vazão a todos os testes e implementações requeridas, profissionais das mais diversas áreas da tecnologia devem estar atentos às ferramentas que farão parte dessa revolução tecnológica que promete simplificar a vida dos contribuintes. De acordo com o comunicado da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária, com a criação de um portal único de atendimento, a adoção do cashback e split payment, entre outros avanços, o objetivo principal é reduzir burocracias e combater a sonegação fiscal.
Para que este objetivo seja cumprido, o papel dos profissionais de tecnologia será primordial. Dentro das empresas, a adequação dos sistemas junto às equipes de contabilidade representarão um momento crucial para o funcionamento fiscal de todos os portes e segmentos.
Neste contexto, aqueles que estiverem atualizados sobre as fases da reforma tributária seguramente estarão um passo à frente para se destacar e aumentar o seu valor de mercado, bem como as empresas que se prontificarem a buscar esses talentos de forma antecipada a fim de minimizar os riscos de inadequação às mudanças.
De acordo com o mais recente Guia Salarial da Robert Half, as áreas funcionais com maior demanda dentro do setor de tecnologia são:
Além disso, especificamente para a reforma, serão requisitados profissionais na área de tecnologia para suprir demandas com parametrizações e implementações das soluções fiscais necessárias. Espera-se que esses talentos tenham conhecimentos sólidos em ERPs (Enterprise Resource Planning) como SAP e Oracle.
De 2026 a 2033, a reforma tributária passará por um processo de evolução gradual. Ainda nesse ano, o primeiro passo recomendado para as empresas – novamente independente de porte ou setor – é providenciar uma análise que identifique os impactos em sua organização, tanto de atualização de sistemas quanto de força de trabalho necessária.
O despreparo pode causar danos significativos tanto financeiros como estruturais, já que as mudanças atingirão as duas esferas. Ainda de acordo com a Secretaria encarregada, além de ser uma medida para enfrentar a sonegação de impostos, a reforma também propõe o fim de benefícios fiscais concentrados em grandes empresas. Esses valores serão redistribuídos, permitindo uma alíquota geral menor para todos os setores.
É preciso usar o longo e gradual processo de mudança a seu favor, elaborando um plano de ação para cada área envolvida e mapeando os profissionais necessários para colocá-lo em prática. Aos especialistas em tecnologia e contabilidade, o cenário oferece oportunidades de alocação em projetos dedicados à reforma: aproveite o momento para atualizar seu currículo, destacando suas experiências anteriores e resultados alcançados.
*Ana Modesto e Antonio Neto são Senior Practice Directors da Robert Half
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