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Futuro da automação inteligente deve passar pela ‘humanização’

A automação não é um fenômeno novo para a humanidade. Ao longo da história, diferentes ondas de automatização de produção e de processos impactaram e transformaram nossas sociedades – da revolução industrial ao avanço global da internet. Pós-pandemia, no entanto, uma nova onda de automação tem ganhado força, pautada por tecnologias como a inteligência artificial […]

Publicado: 10/12/2025 às 13:25
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Automação IT Forum Salvador
Construção civil — Foto: Reprodução

A automação não é um fenômeno novo para a humanidade. Ao longo da história, diferentes ondas de automatização de produção e de processos impactaram e transformaram nossas sociedades – da revolução industrial ao avanço global da internet.

Pós-pandemia, no entanto, uma nova onda de automação tem ganhado força, pautada por tecnologias como a inteligência artificial generativa. Essas tecnologias podem trazer grandes ganhos de produtividade e eficiência, mas não são sem seus desafios. Um deles é a ansiedade das pessoas sobre o impacto que elas terão nas suas atividades profissionais cotidianas.

É por isso que o “propósito” e uma abordagem mais “humana” passam a ser elementos essenciais do futuro da automação, avaliaram os participantes do painel ‘Futuro inteligente vai muito além da automação’, que ocorreu nesta semana, durante o IT Forum Salvador. “Quando a gente fala em automação na nossa indústria, a gente fala de propósito e de colocar as pessoas no centro”, destacou Vânia Neves, diretora de Tecnologia Global de Soluções de Negócios da Vale, durante.

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Segundo a executiva, três cuidados são necessários pelas empresas nessa nova onda de automação: a conexão da automação com o propósito das organizações, segurança e gestão de risco, não apenas com os resultados; o treinamento e capacitação das pessoas para que elas estejam engajadas com automações como a IA; e, terceiro, a transparência das organizações sobre o uso de novas tecnologias de automação. “Eu gostaria, por exemplo, gostaria de saber que estou estreando em algum lugar e sendo atendida por uma IA”, exemplificou Vânia.

Para Cesar Costa, superintendente executivo responsável pela arquitetura corporativa de TI do Bradesco, se somam a essas coisas outro passo essencial para esse movimento: a criação de “espaços de experimentação” com essas novas tecnologias. Sem esse espaço que permita tentativas, acertos e erros, assim como a familiarização dos colaboradores com as tecnologias de automação, uma estratégia com a tecnologia pode não ir para frente.

“É natural que apareçam resistências, as pessoas acham que a automação vai substituir tarefas e fica uma preocupação no ar”, pontuou. “Quando você agrega as pessoas e elas passam a entender o movimento, elas passam a ser as primeiras que querem que tarefas repetitivas, que não geram valor ou não agregam valor, sejam automatizadas.

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Ignacio Lucero, vice-presidente da Seal Telecom/Convergint para a América Latina, ecoou o ponto. Para ele, o incentivo à capacitação dos colaboradores em habilidades ligadas à automação é não só importante para o avanço da tendência, mas pode também ser um diferencial competitivo para as empresas.

“Se a empresa investe mais nas pessoas e as incentiva a não terem medo de errar, isso gera um ambiente competitivo de negócios”, pontuou. “Isso é um ambiente propício para o conhecimento, e as pessoas se manterão engajadas com a companhia – todos queremos crescer, e a única forma de crescer é gerar valor e impactar mais pessoas.”

A Newe Seguros, a companhia de seguros focada no setor do agronegócio, tem buscado uma “transição leve” para a automação, incentivando a autocapacitação dos colaboradores em disciplinas como IA para que entendam os benefícios da automação. Isso gerou um alto engajamento com o tema.

Cesar Costa, superintendente executivo responsável pela arquitetura corporativa de TI do Bradesco

Cesar Costa, superintendente executivo responsável pela arquitetura corporativa de TI do Bradesco (Imagem: GN2 Conteúdo)

De acordo com Karla Leite Fonseca, CIO da companhia, a Newe colocou à disposição dos colaboradores uma plataforma de treinamento que teve adesão de quase 100% dos funcionários da organização. “A empresa permite que os funcionários possam fazer treinamento no próprio horário de trabalho, e temos ótimos resultados”, disse.

Karla destaca ainda que também é importante que as áreas de recursos humanos estejam engajadas no tema, já que elas são responsáveis por ajudar os colaboradores a darem os passos seguintes de evolução na carreira com os aprendizados obtidos. “O RH também precisa acompanhar. Quando você percebe a vontade de alguém se aplicar em outra área ou mudar de cargo, isso é muito difícil nas estruturas atuais que temos”, explicou.

Por fim, Vânia, da Vale, complementou o ponto da CIO da Newe com um aprendizado da companhia. A Vale também tentou promover um plano de capacitação de novas tecnologias junto aos times de tecnologia e aos times de negócios. Diferente da Newe, os resultados foram fracos e o engajamento, baixo. “A gente percebeu que o treinamento só é efetivo quando está alinhado a um objetivo estratégico  de alguma ação, ou a um programa estruturado de democratização”, finalizou.

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