compliance
governança de IA
IA

Governança e compliance são essenciais para a diferenciação no uso de Inteligência Artificial nas organizações

Por Alex Borges e Priscilla Moraes Estabelecer uma governança sólida e integrada e adequar-se às regulamentações estão – ou deveriam estar – entre as principais preocupações para a implementação e o uso de inteligência artificial nas organizações. Essa conclusão tem sido apontada com bastante consistência pela pesquisa global State of GenAI, que a Deloitte realiza […]

Publicado: 06/12/2025 às 12:23
Leitura
5 minutos
governança, segurança, regulação, regulamentação, inteligência artificial, ia
Construção civil — Foto: Reprodução

Por Alex Borges e Priscilla Moraes

Estabelecer uma governança sólida e integrada e adequar-se às regulamentações estão – ou deveriam estar – entre as principais preocupações para a implementação e o uso de inteligência artificial nas organizações. Essa conclusão tem sido apontada com bastante consistência pela pesquisa global State of GenAI, que a Deloitte realiza trimestralmente desde o início de 2024, ouvindo lideranças de diversos países, entre eles o Brasil.

O levantamento de dados divulgado em março deste ano, realizado com 2,8 mil executivos C-level de empresas que já têm ao menos uma aplicação de IA em implementação, traz as principais barreiras para o desenvolvimento e implantação bem-sucedidos de ferramentas e aplicativos de IA generativa. Das lideranças entrevistadas, 36% relatam preocupações com a conformidade regulatória, 30% citam dificuldades em gerenciar riscos e 29% informam sentir falta de um modelo de governança.

Os dados da pesquisa indicam que o impacto positivo da Inteligência Artificial deve coexistir com instrumentos de transparência, confiabilidade e segurança capazes de, além de impulsionar resultados, fortalecer a sustentabilidade dos negócios e a reputação das organizações.

Leia também: Estudo da Jitterbit revela crescente demanda por IA e automação para solucionar a “divisão de dados”

Regulamentações vigentes, como a da União Europeia, têm servido de inspiração a diversos mercados e organizações. No Brasil, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) são referências, embora não abranjam novos contextos inaugurados pela inteligência artificial. Nesse sentido, há o substitutivo ao projeto de lei 2.338/2023, aprovado pelo Senado com propostas para regulamentação, desenvolvimento e uso da IA, que está em avaliação na Câmara dos Deputados. É crucial, porém, que em complemento à conformidade com as legislações, as organizações construam sua própria governança interna para o tema, de acordo com as particularidades de seus negócios e dos mercados e setores em que atuam, bem como alinhada à estratégia empresarial.

A adoção da Inteligência Artificial nas organizações geralmente é determinada ou passa pelo crivo da alta gestão das companhias e é apoiada pelas áreas de tecnologia. E embora a integração da IA venha se provando uma das inovações mais relevantes à economia e à sociedade desde a internet, ela também requer mudanças culturais e de compliance, respectivamente para engajar públicos e conter ou mitigar ameaças e prejuízos.

Para entender o melhor caminho para a governança, antes é preciso compreender a IA. Essa tecnologia opera por meio de algoritmos sequenciais de instruções que permitem a um computador executar tarefas. Eles são projetados para identificar padrões e tomar decisões, atuando na automatização de demandas repetitivas, previsão de comportamentos e tendências, interações mais assertivas com públicos-alvo e geração de relatórios e insights em larga escala, entre outros.

O desenvolvimento de algoritmos requer altos níveis de experiência e conhecimento, desde sua construção à validação. O ideal é que envolva estruturação com padrões éticos mínimos desejados, transparência na automação da tomada de decisões e controles para prevenir vieses prejudiciais relacionados a temas sociais e polemizações. Como há crescente demanda da IA para necessidades cada vez mais específicas, organizações empresariais que priorizaram investimentos na tecnologia não somente têm adquirido softwares de mercado, mas têm contratado o desenvolvimento proprietário de soluções.

Em âmbito global, as cinco principais ações que as organizações estão atualmente tomando para gerenciar riscos em torno da implementação da GenAI incluem: 51% estabelecer uma estrutura de governança para o uso de ferramentas e aplicativos; 49% monitorar requisitos regulatórios e garantir a conformidade; 43% usar um grupo ou conselho formal para aconselhar sobre riscos relacionados; 37% manter um inventário formal de todas as implementações; 35% usar fornecedores externos para conduzir auditorias e testes independentes.

Segundo a pesquisa State of GenAI no Brasil (houve 115 respondentes), 68% das organizações empresariais estão conduzindo auditorias e testes internos das ferramentas que usam GenAI; 45% treinando profissionais para reconhecer e mitigar riscos; 40% estabelecendo uma estrutura de governança para o uso de ferramentas e aplicativos; 38% procurando garantir que um humano valide o conteúdo gerado; 35% monitorando requisitos regulatórios para garantir conformidade.

O levantamento frisa que a adoção e a sequência da IA nas organizações precisa ocorrer da forma mais estratégica e segura possível, atentando para o aumento da eficiência e da redução dos custos operacionais, entrega de produtividade e inovação, evolução e rearranjo das pessoas de acordo com os novos perfis profissionais, em consonância com a agenda econômica e de regulamentação do País, para o alcance melhores resultados sustentáveis para todos.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias! 

As melhores notícias de tecnologia B2B em primeira mão
Acompanhe todas as novidades diretamente na sua caixa de entrada
Imagem do ícone
Notícias
Imagem do ícone
Revistas
Imagem do ícone
Materiais
Imagem do ícone
Eventos
Imagem do ícone
Marketing
Imagem do ícone
Sustentabilidade
Notícias relacionadas