IA na moda
impressão 3D

O encaixe perfeito: impressão 3D e IA transformam indústria da moda

A moda passa por uma transformação silenciosa, impulsionada por inovações tecnológicas que reconfiguram tanto os processos criativos como os produtivos. A impressão 3D e a inteligência artificial (IA) surgem como protagonistas dessa mudança, oferecendo novas formas de consumo, produção e, sobretudo, propondo um caminho mais sustentável para o setor.  No Brasil e no mundo, grandes […]

Publicado: 13/12/2025 às 01:17
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Ivan Cavilha e Giovanna Casimiro. impressão 3d, IA
Construção civil — Foto: Reprodução

A moda passa por uma transformação silenciosa, impulsionada por inovações tecnológicas que reconfiguram tanto os processos criativos como os produtivos. A impressão 3D e a inteligência artificial (IA) surgem como protagonistas dessa mudança, oferecendo novas formas de consumo, produção e, sobretudo, propondo um caminho mais sustentável para o setor. 

No Brasil e no mundo, grandes marcas e designers independentes começam a incorporar essas tecnologias em suas criações, respondendo às pressões de um público cada vez mais atento às questões ambientais e éticas. 

Leia também: Como não ser a próxima vítima de um golpe digital? 

De acordo com um estudo das Organizações das Nações Unidas (ONU), o setor de moda é responsável por 10% das emissões globais de carbono, o que reforça a urgência da adoção de tecnologias que possam mitigar esse impacto. A impressão 3D aparece como uma solução promissora, ao reduzir o desperdício e otimizar o uso de materiais, enquanto a IA desempenha um papel crucial na previsão de tendências e no ajuste da produção à demanda real, evitando o acúmulo de produtos e minimizando perdas. 

Impressão 3D e produção sob medida 

A Yoface, startup brasileira fundada por Ivan Cavilha em 2019, é um exemplo de como a impressão 3D está sendo utilizada para repensar a produção de bens de consumo. Com uma longa trajetória no setor óptico, Cavilha criou a Yoface para revolucionar a maneira como óculos são produzidos no Brasil. “Sempre me incomodou a falta de inovação e a repetição de modelos”, comenta ele, explicando que a startup nasceu da necessidade de romper com processos obsoletos e altamente poluentes. 

A Yoface utiliza impressão 3D para fabricar armações de óculos personalizadas e sob demanda. A empresa digitaliza o rosto dos clientes com Inteligência Artificial, criando um modelo tridimensional que garante o ajuste perfeito para cada pessoa. O uso de polipropileno, que permite a reutilização de sobras de material, é um diferencial que reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade. “A impressão 3D nos permite criar designs únicos e adequados a diferentes perfis, sem o uso de moldes, e ainda reduzimos o desperdício de matéria-prima”, explica Cavilha. 

Os desafios, como o pós-processamento das peças e a coloração, não foram poucos, mas os avanços tecnológicos têm permitido à Yoface aprimorar seu produto continuamente. Além da inovação no design, a empresa também prioriza a saúde visual dos clientes, oferecendo armações que refletem a individualidade de cada um. “Queremos que cada cliente tenha um produto que conte sua história”, resume o fundador. 

Inteligência artificial: otimização e criatividade 

Mas além das soluções com a impressão 3D, a inteligência artificial também tem assumido protagonismo no setor da moda, indo além da prototipagem e do design.  

Giovanna Casimiro, diretora da Metaverse Fashion Week e professora no Institut Francais de La Mode, afirma que a IA tem sido usada para otimizar diversas etapas da produção. “Os designers e grandes corporações de moda estão descobrindo que a IA resolve muitos problemas, automatizando processos e conectando produtos à nuvem para coleta de dados”, comenta. Para ela, o impacto da IA não se limita ao produto final, estendendo-se também às tarefas administrativas e ao trabalho das equipes criativas, onde a otimização tem sido evidente. 

Esse investimento crescente de grupos reflete uma busca por melhorias internas, como a personalização de campanhas de marketing e a automação de processos. No entanto, a pesquisadora adverte que ainda é difícil mensurar o retorno desse investimento em setores criativos. “Embora a IA ajude na automação e personalização, conectar esses avanços diretamente à conversão de vendas ou à inovação de marca ainda é um desafio”, ressalta. 

Outro ponto levantado por ela é o uso da IA na interseção entre a geração de ideias e a análise de dados. Segundo ela, “a IA consegue fazer associações que os humanos ainda não conseguem perceber, oferecendo soluções inesperadas e inovadoras”. Essa capacidade de análise permite que as empresas identifiquem gargalos na produção e otimizem seus processos. “A IA é uma ferramenta poderosa para curadoria de dados, ajudando as empresas a entender onde estão os buracos em suas cadeias produtivas”, explica. 

A especialista também aponta que o uso da IA, aliado a tecnologias como a impressão 3D, possibilita uma produção mais ajustada à demanda real, reduzindo o desperdício e promovendo a sustentabilidade. No entanto, ela pondera que, apesar do potencial, “nem todas as empresas estão realmente utilizando a IA”, e a implementação em larga escala ainda enfrenta desafios. 

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