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liderança ambidestra

IT Forum Trancoso: buscar ‘guri interior’ é caminho para inovar nas empresas

“Construir futuros sem referências”. Esse é o caminho proposto por Dante Freitas e Renan Hannouche, sócio-fundadores da consultoria de TI e inovação GZero e professores convidados da SingularityU Brasil, para que lideranças possam desenvolver uma gestão ambidestra – capaz de aliar, ao mesmo tempo, uma gestão competente e voltada para resultados, inovação e ousadia. Para […]

Publicado: 07/12/2025 às 22:46
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Dante Freitas, sócio-fundador da consultoria de TI e inovação GZero e professor da SingularityU Brasil (Imagem: GN2 Conteúdo)
Construção civil — Foto: Reprodução

“Construir futuros sem referências”. Esse é o caminho proposto por Dante Freitas e Renan Hannouche, sócio-fundadores da consultoria de TI e inovação GZero e professores convidados da SingularityU Brasil, para que lideranças possam desenvolver uma gestão ambidestra – capaz de aliar, ao mesmo tempo, uma gestão competente e voltada para resultados, inovação e ousadia.

Para buscar esse caminho, a dupla propôs, durante a abertura do IT Forum Trancoso, nesta quinta-feira (20), que líderes corporativos precisam deixar de ser “gurus” e retomar o contato com seu “guri” anterior, questionando certezas para buscar um caminho de inovação.

“Quando a gente for buscar nossa raíz, qual a essência da liderança ambidestra, de ir do guru ao guri?”, questionou Hannouche. “Temos tecnologias disruptivas, software e hardware inovadores. Mas o que vai fazer a diferença é ‘humanware‘. Para fazer a diferença, a gente precisa entrar em contato com o ‘humanware’ da gente.”

Buscar o ‘humanware’ não é um caminho simples, no entanto. Para Hannouche e Freitas, “A gente nasce uma obra de arte, um guri, mas a gente vai colocando um monte de coisas na mochila que nos distancia dessa realidade. A gente nasce original, mas morre cópia”, descreveu Renan.

Esse caminho, contou a dupla, nos leva à uma “repressão da nossa identidade”, que nos encaminha para uma “estabilidade artificial” do cotidiano, mas que suprime as nossas potências e expressões de identidade. “A gente só não vai para a disrupção porque a gente se mantém em um lugar por conta de estabilidades artificiais”, pontuou Dante. “Nós temos muita potência a ser descoberta e ser posta para fora.”

O resultado dessa repressão da identidade é a criação de “sistemas de controle” que são prejudiciais para fluxos criativos e inovadores. “O executivo é reconhecido por entregar resultado, ele tem que ser necessariamente pragmático e objetivo. Mas quando você é pragmático e objetivo, você trata as pessoas como um recurso. Onde as pessoas são recursos, você tem menos espaço para o subjetivo acontecer e para relações humanas acontecerem, e a gente acaba interferindo no processo de criatividade e inovação”, explicou.

Renan Hannouche, sócio-fundador da consultoria de TI e inovação GZero e professor da SingularityU Brasil (Imagem: GN2 Conteúdo)

Renan Hannouche, sócio-fundador da consultoria de TI e inovação GZero e professor convidado da SingularityU Brasil (Imagem: GN2 Conteúdo)

Na ponta inversa desse ‘guru’, o executivo de visão sistêmica e pragmatismo exacerbado, está o ‘guri’. “O Guri tem a entidade, o não saber, isso te faz descobrir um novo caminho. Trazer pessoas que não sabem de nada, que não tem experiência, abre novos portais”, afirmou Hannouche. “Tentar controlar é ir contra o fluxo natural das coisas. O risco abre novos portais”.

A mesma realidade se aplica às organizações. Para Renan e Dante, algumas das estruturas corporativas clássicas, incluindo estruturas de governança, de cultura empresarial e da mentalidade de “defesa” dos negócios, inibem empresas de inovarem e se transformarem. “Resumindo a história: somos muito bons defensores”, apontou Renan. “Isso tudo é o contrário da criança que está em nós.”

“A centralização nos deixa mais vulneráveis”, continuou Dante. “Sempre que você planeja, a gente fica menos vulnerável à toda subjetividade e a tudo que não está planejado. Assim a gente pode estar mais distante das nossas metas.”

Mas se empresas são grandes navios, regidos por regras e convenções, como mudá-los de rota para promover transformações criativas? Um dos caminhos propostos pelos consultores é o de “inovações implementares” – promovendo um ‘retrofit’ criativo da organização. Na prática, isso significa promover mudanças fáceis de passar por áreas como jurídico e de governança, que serão base para a transformação interna.

Isso, no entanto, “não constrói amanhã”, alertaram os palestrantes. Para isso, é preciso ir além: “buscar coisas novas que tornam as antigas obsoletas”, segundo Hannouche e Freitas. “É sair do PDCA – ‘plan, do, check, act’ –, e ir para o PDCA – ‘prometo, depois corro atrás’“, brincou Renan. “É desse lugar que vamos construir novos amanhãs. Mais fluidos e orgânicos, como nossa vida.”

O objetivo final é passar de um ambiente centralizado para um ambiente autônomo, sem uma visão de liderança como centralização, mas a criação de uma empresa como um espaço no qual “indivíduos empreendedores” vão se unir para “resolver problemas e inovar”, disse a dupla.

Liderança ambidestra é caminho para uma nova era

Adelson de Sousa, fundador da IT Mídia, em conversa com Renan e Dante durante o IT Forum Trancoso (Imagem: GN2 Conteúdo)

Adelson de Sousa, fundador da IT Mídia, em conversa com Renan e Dante durante o IT Forum Trancoso (Imagem: GN2 Conteúdo)

“A ambidestria é o caminho para fazer a passagem da era contemporânea, muito influenciada pela revolução digital, para uma era da coletividade, pautada na frequência do humano”, anotou Dante durante a abertura do IT Forum Trancoso. “Fomos um mundo regido pela frequência da máquina, da lógica de massificação. Precisamos ir para um mundo onde a identidade de cada um é importante para o todo. A gente está saindo do sobreviver para o viver. A tecnologia é aliada disso”.

“Liderança Ambidestra: do Guru ao Guri”, é o tema do IT Forum Trancoso, primeira edição deste ano do IT Forum, evento que comemora 25 anos em 2023. O IT Forum reúne as maiores lideranças do Brasil para gerar Conteúdo de qualidade sobre tecnologia; estreitar o Relacionamento entre os membros da Comunidade de TI; e permitir que se façam Negócios entre os participantes.

“Tem uma criança dentro de cada um de nós. Se a gente deixar essa criança agir, nós podemos fazer coisas incríveis”, disse Adelson de Sousa, fundador da IT Mídia, em conversa com Renan e Dante na abertura do evento. “Eu sempre fui sonhador, pensei em coisas que a lógica não diriam que seriam possíveis. Por isso que pude construir coisas incríveis, como sonhar com o IT Forum há 25 anos. A gente construiu uma comunidade incrível nessa ingenuidade. O IT Forum é uma máquina incrível e pujante, que saiu de uma coisa menina, que foi a vontade de entregar e fazer.”

Acompanhe: todos os conteúdos do IT Forum Trancoso

Entre os dias 20 e 21 de abril, o evento traz uma forte programação de conteúdo, relacionamento e negócios durante o IT Forum Trancoso. O encontro reúne 120 CIOs das maiores empresas do Brasil em debates, painéis de conteúdo e conversas de negócios com o objetivo de discutir as tendências mais relevantes para os líderes de hoje e amanhã.

Além da programação de conteúdo e dos momentos rico relacionamento, o show fica por conta de um dos maiores nomes da MPB: Caetano Veloso, que se apresentará pela primeira vez no icônico Teatro L’Occitane para cerca de 800 convidados. O show de encerramento está marcado para a noite de 22 de abril. Acesse o site do evento e saiba mais.

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