100+ inovadoras
it mídia
Microsoft
Prêmio
tecnologia da informação

Microsoft usa IA para evitar novas áreas de desmatamento da Amazônia

Proteger o bioma amazônico exige não apenas a capacidade de monitorar focos já existentes de desmatamento, mas também a de prever onde eles podem vir a surgir para evitá-los. Esse é o objetivo do projeto PrevisIA, da Microsoft, vencedor do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI de 2021 na categoria Indústria Digital – […]

Publicado: 10/12/2025 às 05:09
Leitura
4 minutos
Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil
Construção civil — Foto: Reprodução

Proteger o bioma amazônico exige não apenas a capacidade de monitorar focos já existentes de desmatamento, mas também a de prever onde eles podem vir a surgir para evitá-los. Esse é o objetivo do projeto PrevisIA, da Microsoft, vencedor do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI de 2021 na categoria Indústria Digital – TI em Telecom.

A iniciativa, desenvolvida pela Microsoft em parceria com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e com o Fundo Vale, combinou recursos da nuvem Microsoft Azure, algoritmos de inteligência artificial (IA) e imagens de satélite da European Space Agency para automatizar e tornar preditivo o monitoramento do ecossistema amazônico.

A plataforma emprega análise de uma série de dados, incluindo topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas legais e ilegais, e dados socioeconômicos para identificar possíveis tendências de conversão da floresta pelo desmatamento. Com isso, a solução busca antecipar potenciais novas áreas de desmate da Amazônia, seja dentro de Terras Indígenas ou em Unidades de Conservação.

Inteligência artificial como aliada do ESG

O programa PrevisIA é parte da iniciativa AI for Good, uma ação da Microsoft que disponibilizará US$ 165 milhões, durante o período de cinco anos, para fornecer financiamento, tecnologia e especialização para indivíduos e ONGs. A ideia é utilizar a inteligência artificial para ações ligadas a questões da agenda ESG da companhia, incluindo o compromisso de preservação da biodiversidade.

Para a construção desta solução, foram realizadas duas sessões de Design Thinking com mais de 40 representantes de entidades públicas, privadas e da sociedade civil atuantes na preservação da Amazônia. Na sequência, foi desenhada a arquitetura da solução em Azure, utilizando Azure Machine Learning, Databricks, SQL, Event Hubs e Stream Analytics.

Produzido pelo Imazon, o algoritmo de risco de desmatamento foi implementado na sequência e, então, a prototipação do mapa e dashboards foi feita. Por fim, foi desenvolvida a arquitetura com os modelos de IA e incluídas as variáveis dinâmicas, como informações de incêndios passados, áreas de conservação, frigoríficos e terras indígenas. Em junho de 2021, a solução começou a ser operada.

“A tecnologia só faz sentido se ela for utilizada para o bem”, opinou Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, em entrevista ao IT Forum. Na avaliação da executiva, a inteligência artificial, aliada à nuvem, é hoje a grande ferramenta capaz de dar escala aos projetos de preservação ambiental de mitigação das mudanças climáticas – transformando grandes volumes de dados em insights para ações assertivas. “Isso que é o PrevisIA: eu pego dados sociais, dados demográficos, dados de satélite, dados históricos e vou avaliando anomalias”, explicou a líder da Microsoft.

Ao avaliar os impactos positivos já gerados pelo sistema, Tânia descreve a relação entre a abertura de estradas ilegais e o surgimento de futuras áreas de desmatamento. “Uma estrada ilegal [identificada por satélite] com certeza vai acarretar em desmatamento, já que é para a passagem de grandes máquinas”, exemplificou.

Com mais de 30 anos de experiência, o Imazon já possuía estudos demonstrando que estradas não oficiais são precursoras do desmatamento. Com a plataforma de IA, no entanto, o órgão agora é capaz de automatizar a formulação de um ranking de risco de desmatamento, combinando imagens de satélite e algoritmos, e tornando os dados mais acessíveis para atuação dos órgãos de defesa.

Um projeto de longo prazo

Segundo Tânia Cosentino, o grande objetivo do PrevisIA é tornar público dados e insights gerados pelo sistema de inteligência artificial criado com o Imazon e Funda Vale. Através de um painel de controle centralizado, que pode ser acessado por qualquer um na Internet, a iniciativa entrega os dados preditivos a órgãos públicos para o planejamento e execução de ações preventivas, seja para combate ou controle do desmatamento.

O PrevisIA não tem uma “data de validade” para acabar e continuará ativo, através da parceria com o Imazon, para qualquer um que queira utilizar os dados para ações proativas de preservação. De acordo com a presidente da Microsoft Brasil, órgãos como o Ministério Público já demonstraram interesse na plataforma.

“O projeto tem que crescer e tem que trazer impacto. Se ele não trouxer impacto, ele morre sozinho. O que a gente quer é que o maior número de pessoas use, agentes públicos e privados, para fazer a ferramenta crescer e gerar um impacto positivo na floresta”, afirmou.

As melhores notícias de tecnologia B2B em primeira mão
Acompanhe todas as novidades diretamente na sua caixa de entrada
Imagem do ícone
Notícias
Imagem do ícone
Revistas
Imagem do ícone
Materiais
Imagem do ícone
Eventos
Imagem do ícone
Marketing
Imagem do ícone
Sustentabilidade
Autor
Notícias relacionadas