Cyber Drift 2025
servicificação
Teltec

“Hoje, não vendo só tecnologia. Entrego a solução como serviço”, diz diretor da Teltec

A transformação digital virou palavra de ordem nas corporações, mas a realidade mostra que, diante de uma crise de segurança cibernética, muitas empresas ainda tropeçam no básico: não sabem quem acionar, como isolar o sistema comprometido ou sequer se há backup recente dos dados. É esse o vácuo que a Teltec Solutions quer ocupar com […]

Publicado: 06/12/2025 às 16:14
Leitura
5 minutos
Murilo Schulz, diretor de serviços da Teltec Solutions. Imagem: divulgação. tecnologia
Construção civil — Foto: Reprodução

A transformação digital virou palavra de ordem nas corporações, mas a realidade mostra que, diante de uma crise de segurança cibernética, muitas empresas ainda tropeçam no básico: não sabem quem acionar, como isolar o sistema comprometido ou sequer se há backup recente dos dados.

É esse o vácuo que a Teltec Solutions quer ocupar com sua nova estratégia de servicificação, um modelo em que o cliente não compra apenas tecnologia, mas um ciclo completo de diagnóstico, implementação, operação e resposta a incidentes.

“Hoje, quando falo em risco digital com o cliente, não ofereço só um produto. Aponto o problema e entrego a solução completa como serviço”, explica Murilo Schulz, diretor de serviços da empresa. “A TI deixou de ser só ferramenta. Virou parte central da continuidade do negócio.”

Leia também: Com evento que mistura TI e drift, Teltec quer acelerar debate sobre cibersegurança no Brasil

De integradora a provedora de serviços

Com mais de 30 anos de atuação no mercado de tecnologia, a Teltec cresceu como integradora de soluções em infraestrutura e cloud computing. Nos últimos anos, consolidou-se como parceira de grandes fabricantes globais, operando com certificações ISO 27001, 20000 e 37001.

Agora, o foco está na vertical de cibersegurança como serviço, com destaque para seu SOC 24×7 (Security Operations Center) e o modelo MSSP (Managed Security Service Provider). “Ter um SOC interno é caro e exige mão de obra escassa. Nosso papel é permitir que o cliente foque no core business e confie na gente para defender o perímetro digital”, afirma Schulz.

A Teltec diz que, ao longo de 2024, seu SOC foi a área que mais cresceu em número de contratos e de pessoas. E o plano para 2025 é ampliar ainda mais a oferta: automatizar processos, incorporar inteligência artificial em larga escala e construir um “oráculo” interno, um repositório inteligente de conhecimento técnico aplicado à segurança.

Crise como serviço

Durante entrevista exclusiva ao IT Forum, concedida no Cyber Drift 2025, em Balneário Camboriú (SC)*, o diretor de serviços da Teltec, Murilo Schulz, destacou a importância de preparar as empresas para cenários de crise cibernética, inclusive antes que eles ocorram. Uma das estratégias citadas é o uso de tabletops, simulações de incidentes conduzidas com os clientes como forma de treinamento preventivo.

“Para nós, sala de crise é rotina. Para o cliente, é um evento único e assustador. Por isso simulamos antes, com eles, para que saibam como reagir na hora certa”, diz o executivo. A lógica é preparar o terreno para quando o “ransomware bater na porta”. Nessas simulações, a empresa orienta desde o isolamento da máquina até os contatos com áreas jurídicas e de comunicação.

Esse tipo de serviço, resposta a incidentes simulada e acompanhada por especialistas, está cada vez mais procurado por empresas que reconhecem que não adianta apenas comprar tecnologia. É preciso saber usá-la sob pressão.

O desafio do Sul: letramento e convencimento

A servicificação proposta pela Teltec não é apenas uma oferta comercial. É, também, uma resposta ao contexto de maturidade digital do país — em especial da região Sul, onde a empresa tem sua base e onde, segundo seus executivos, há defasagem na adoção de tecnologias emergentes, em comparação com os grandes centros econômicos do Sudeste.

“Há dificuldade de letramento digital, baixa retenção de talentos e o desafio constante de convencer os conselhos administrativos a priorizarem segurança e TI”, afirma Gabriel Wurster, gerente de vendas e arquitetura da empresa para o setor privado.

A decisão de realizar o evento em Balneário Camboriú, reunir parceiros de diversas regiões e trazer debates sobre IA, deepfakes e ransomware reflete a tentativa da Teltec de estimular um ecossistema mais informado, colaborativo e proativo.

IA e automação: menos alarde, mais ação

Embora a inteligência artificial tenha ganhado popularidade com ferramentas como o ChatGPT, Schulz aponta que o uso de IA no SOC da Teltec é anterior a essa onda e segue evoluindo em duas frentes: produtividade interna e personalização de resposta.

Hoje, algoritmos treinados pela própria Teltec, com dados internos, são usados para interpretar padrões, cruzar logs e sugerir remediações. A decisão final, no entanto, segue com os analistas humanos. “A automação nos dá o caminho. O especialista valida e age. Isso reduz de 20 para 5 minutos uma análise, sem perder qualidade”, afirma.

A empresa afirma que o uso de IA não gerou demissões, mas permitiu crescer mantendo a qualidade. “Nosso objetivo não é ser o maior, e sim o melhor. O SOC nunca estará 100% pronto, mas queremos estar sempre prontos para o próximo ataque”, diz Schulz.

Serviços como antídoto à ansiedade corporativa

Em tempos de aumento nos afastamentos por burnout e ansiedade, a Teltec também aposta na preparação psicológica dos seus times e na construção de relações de confiança com os clientes. “A ansiedade nasce quando você não sabe o que fazer. Se você tem um plano, um processo e uma equipe por perto, já é meio caminho andado”, diz o diretor.

Na visão da empresa, o serviço bem estruturado não entrega só um produto ou SLA. Ele reduz ruído, dá previsibilidade e garante que, mesmo em um momento crítico, alguém sabe exatamente o que fazer.

Transformar soluções em serviços, e crises em rotina controlável, é a aposta da Teltec para continuar crescendo em um cenário em que cibersegurança deixou de ser diferencial e passou a ser condição de sobrevivência.

“Hoje, vender tecnologia não basta. É preciso assumir a responsabilidade junto com o cliente”, conclui Murilo Schulz. “É isso que a servicificação entrega.”

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

As melhores notícias de tecnologia B2B em primeira mão
Acompanhe todas as novidades diretamente na sua caixa de entrada
Imagem do ícone
Notícias
Imagem do ícone
Revistas
Imagem do ícone
Materiais
Imagem do ícone
Eventos
Imagem do ícone
Marketing
Imagem do ícone
Sustentabilidade
Notícias relacionadas