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Sitehop: startup inglesa de hardware de criptografia terá produção local no Brasil

A Sitehop, startup inglesa especializada em segurança cibernética, está apostando no Brasil para iniciar sua expansão internacional. Fundada em 2020, na cidade de Sheffield, no Reino Unido, a companhia é responsável pelo SAFE100, linha de produtos que oferece criptografia para redes de 100 Gbps e é projetado para os setores de telecomunicações, financeiro e de […]

Publicado: 10/12/2025 às 11:31
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Melissa Chambers CEO Sitehop
Construção civil — Foto: Reprodução

A Sitehop, startup inglesa especializada em segurança cibernética, está apostando no Brasil para iniciar sua expansão internacional. Fundada em 2020, na cidade de Sheffield, no Reino Unido, a companhia é responsável pelo SAFE100, linha de produtos que oferece criptografia para redes de 100 Gbps e é projetado para os setores de telecomunicações, financeiro e de data centers. 

O produto, que é baseado em uma combinação de hardware e uma plataforma de software de gestão em nuvem, promete ser uma alternativa mais eficiente aos sistemas de criptografia baseados unicamente em software. Segundo a Sitehop, soluções de software têm o potencial de tornar as redes de comunicação mais lentas e custosas, já que fornecedores de infraestrutura de comunicações precisam investir em capacidade extra de fibra para minimizar a latência causada pela criptografia. 

Com o hardware dedicado à criptografia, a startup promete latência ultrabaixa – inferior a 1μs – e menor consumo de energia. As primeiras unidades do produto foram prototipadas e construídas na sede da própria Sitehop, mas o plano é iniciar a produção também no Brasil para apoiar a expansão de seus negócios. 

“Nós vemos muita tração aqui”, disse Melissa Chambers, CEO e cofundadora da Sitehop, em entrevista ao IT Forum. “O processo de importação para o Brasil pode ser muito custoso. Então por que traríamos nossas placas do Reino Unido para o Brasil? Não faria sentido. Por isso, começaremos a produção local”, completou. Ben Harper, CTO e responsável pelo desenho original do hardware da companhia, é também cofundador da Sitehop. 

O desembarque da organização no Brasil é parte do seu processo de scale-up. Em setembro do ano passado, a Sitehop teve sua rodada inicial de investimento, de mais de £ 1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões), pelo fundo NPIF – Mercia Equity Finance.

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O aporte foi fundamental para o desenvolvimento do produto da companhia, que está em fase de pré-produção. Até agora, cerca de 15 unidades já foram montadas. Parte delas está em processo de certificação, enquanto outras já estão nas mãos de potenciais clientes, em provas de conceito. A expectativa é que a produção ganhe escala a partir do terceiro trimestre. 

Agora, a companhia alcançou uma rodada seed de £ 5 milhões, das investidoras Manta Ray Ventures e Amadeus. A nova injeção de recursos será empenhada na expansão internacional. Além do Brasil, os Estados Unidos e a Índia também estão no radar. Segundo a CEO da Sitehop, o time da startup hoje soma 15 pessoas – o dobro de onde a companhia estava há dois meses. Até o final do ano, a expectativa é de dobrar a contagem novamente. 

Krister Almström, diretor de desenvolvimento de negócios, é quem está à frente da operação da Sitehop no Brasil. De origem sueca, o executivo está há mais de 20 anos no Brasil e foi um dos responsáveis por motivar a decisão da organização em apostar no mercado nacional. 

“O mercado brasileiro, em termos de telecomunicações e TI, é um dos maiores e mais maduros do mundo”, explicou Almström. “O Brasil tem três operadoras que têm um volume maior de clientes do que há de habitantes no Reino Unido. Para fazer isso é preciso ser bom e estar maduro em cibersegurança”. 

“O Brasil parece estar um pouco à frente do resto do mundo”, completou Melissa. “Com o IPv6, por exemplo. Ninguém mais estava insistindo que implementássemos o IPv6, mas o Brasil sim. O país está na vanguarda e queremos fazer parte disso”. 

A empresa ainda está em conversas para avaliar onde a produção local será instalada. A expectativa, no entanto, é que a linha de montagem esteja próxima à cidade de São Paulo. Se os planos da startup derem certo, a fabricação nacional da sua solução deve iniciar no começo do próximo ano. 

O produto já passou por algumas adequações para o mercado brasileiro – a adaptação para o protocolo IPv6 foi uma delas – e já está nas mãos de potenciais clientes nacionais do setor privado e público para provas de conceito. “As experiências têm sido muito produtivas e positivas”, disse Almström. 

A solução da Sitehop é desenhada para ter uma produção facilmente escalável. Hoje, o produto se baseia em um chip FPGA de prateleira da AMD, que é importado dos Estados Unidos para o Reino Unido pela startup. O firmware proprietário da Sitehop é o componente principal do produto e último passo no processo produtivo. É ele que é o responsável pelas camadas de segurança e criptografia do SAFE. 

Uma rede de parcerias com canais de distribuição em todo o país também está entre as ambições da organização, que vê oportunidades do setor de telecomunicações, ISPs e de infraestrutura do Brasil. A intenção é ter clientes de pequeno porte no mercado nacional ainda neste ano, e ganhar clientes de grande porte dentro do primeiro ano de operação. 

Quanto ao modelo de negócio da Sitehop, Melissa pontua que a startup terá uma abordagem de HaaS, ou Hardware como Serviço. O modelo recorrente é parte da natureza dos negócios da companhia, que deve evoluir constantemente para se manter atualizado com tendências de cibersegurança. 

A companhia, por exemplo, já adota criptografia pós-quântica em seu produto, de acordo com indicações do National Institute of Standards and Technology (NIST), dos Estados Unidos. A expectativa é que a solução já esteja preparada para um mundo em que a criptografia tradicional seja superada por computadores quânticos. 

“Como somos uma empresa de segurança, precisamos estar atentos ao que virá no futuro”, disse Melissa. “Hoje, existem elementos mal-intencionados que estão coletando todo o tipo de dado, mesmo que estejam criptografados. Quando os computadores quânticos chegarem, eles poderão descriptografar tudo. E, usando grandes modelos de linguagem (LLMs), poderão classificar os dados e obter todo o tipo de informação. Então, a ameaça está já existe hoje”.

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