Agile
DevOps

Você sabe qual é a diferença entre Jornada e Modinha?

Você já ouviu falar no Usain Bolt, multicampeão olímpico e mundial, em corrida de 100 metros? E se eu te falar do Eliud Kipchoge, recordista de tempo em maratona (abaixo de 2 horas)? Bom, ambos são campeões mundiais, ídolos em suas categorias e o principal, ambos usam a corrida para ter todo esse curriculum, porém, […]

Publicado: 06/12/2025 às 19:52
Leitura
5 minutos
Construção civil — Foto: Reprodução

Você já ouviu falar no Usain Bolt, multicampeão olímpico e mundial, em corrida de 100 metros? E se eu te falar do Eliud Kipchoge, recordista de tempo em maratona (abaixo de 2 horas)? Bom, ambos são campeões mundiais, ídolos em suas categorias e o principal, ambos usam a corrida para ter todo esse curriculum, porém, um usa a corrida para ser fundista (corrida longa) e o outro usa a mesma para Sprint rápido (100 metros).

Quando falamos do universo de tecnologia, funciona exatamente assim, nem sempre a mesma “tecnologia e/ou metodologia” pode trazer o mesmo resultado e além, a mesma tecnologia pode apresentar resultados completamente diferentes. Vamos a um exemplo simples:

Imagine o desenvolvimento de um novo ERP, você sabe exatamente a quantidade de funcionários que vai utilizar esse sistema, que não terá grandes oscilações de acesso, dados, transações e, além disso, o uso vai ser especificamente para o financeiro, uma vez que, você está em um estágio de maturidade, e usa sistemas específicos para cada função/necessidade. Nesse cenário, é iminente a preocupação com uma arquitetura que gere integrações sem fricção ou com o desafio de desenvolver um sistema de alta escalabilidade e automação de testes para releases (novas funcionalidades) praticamente semanais?

Pois bem, no cenário descrito acima, concorda comigo que o ideal seria desenvolver um sistema de ERP e que esse fosse acoplado a uma arquitetura de Midleware a qual você consiga expor API’s, para receber informações tratadas pelos seus sistemas específicos e automaticamente alimentar o sistema de ERP para que ele possa processar as entradas e saídas financeiras. Nesse mesmo cenário, concorda que um sistema ERP estável não deveria sofrer alterações seguidas e se isso for uma verdade, você não tem a necessidade de investir em automação de testes e tampouco gerar uma esteira de releases?

Se você concordou com os argumentos acima, combinamos então, que nesse cenário, você não tem a necessidade de usar DevOps, Microsserviços, automação de testes e demais sopas de letrinhas que se tornaram a moda do momento. Automaticamente, você vai evitar alguns custos em seu projeto e com a exposição do seu time no uso de tecnologias que não são tão comuns de conhecimento até o momento no Mercado e automaticamente com menos mão de obra disponível e que por necessidade de Inovar por Inovar, podem causar “N” problemas nesse projeto e “queimar” uma excelente tecnologia, arquitetura e metodologia.

Logo, eu quis te mostrar, que muitas vezes optamos por algumas tecnologias apenas por serem a moda do momento. Mas, isso significa que não devemos utilizá-las, que não devemos nos preparar para utilizar e não devemos realizar mudanças? Não! Muito pelo contrário, é aqui que entra a jornada, aqui que entra a preparação, a capacitação e, principalmente, o momento certo, o projeto certo ao qual devemos utilizar. Veja:

Imagine o cenário no qual solicitam o desenvolvimento de um sistema para o usuário final (consumidor) e que não temos ideia de quantas features vão surgir na jornada do consumidor, não sabemos a quantidade de acessos que esse sistema vai ter e também a quantidade de informações que iremos transacionar no mesmo. Esse é um cenário volátil, inserto e obscuro, logo o ideal é lançar mão de uma arquitetura modular, escalável e ágil de implementações, alterações e substituições, concorda? Então aqui sim vale a pena falarmos de micro serviços, DevOps, automação de testes e também Midleware de integrações, pois quanto mais sistemas prontos pudermos acoplar, menos tempo iremos perder para reinventar a roda.

Nunca devemos ter medo da mudança e sim nos prepararmos para ela, cercados de pessoas que tenham experiência naquilo, que para nós é novo e tenha certeza que o novo para você, com certeza é o normal para alguém e o que for normal para você pode ser o novo para ele. Na jornada do “novo”, cerque-se de pessoas, times, parceiros, consultorias que tenham experiência até que você a detenha, até que para você seja normal, até que a Cultura do seu time sobre aquela nova metodologia e tecnologia seja tranquila e carregue o DNA do time, ou seja, você construiu uma jornada ao novo normal e agora está pronto para a próxima novidade.

Não vamos usar a tecnologia pela tecnologia, uma vez que você detém conhecimento do todo, você está apto a escolher e a empregar a melhor tecnologia, metodologia, etc. O momento e ao projeto certo, se estivermos falando de obscuridade e muitas features, tenho certeza da esteira de desenvolvimento e dos Microserviços, agora, se estivermos falando de sistemas não complexos e de alto conhecimento, não abra mão de ter arquitetura de integrações, porém não há necessidade das demais aqui listadas.

*Rafael Carrenho é Vice-Presidente de Inovação da Quality Nextech

As melhores notícias de tecnologia B2B em primeira mão
Acompanhe todas as novidades diretamente na sua caixa de entrada
Imagem do ícone
Notícias
Imagem do ícone
Revistas
Imagem do ícone
Materiais
Imagem do ícone
Eventos
Imagem do ícone
Marketing
Imagem do ícone
Sustentabilidade
Autor
Notícias relacionadas